Esse texto é o conteudo de uma palestra originalmente
apresentada aos pastores da Convenção Batista Goiana, num de seus retiros
anuais. Com o título A MAÇONARIA E EU do
Pr.
Irland P. de Azevedo.
INTRODUÇÃO
Saber o
que é a Maçonaria, a natureza mesma de seus ensinos e de suas implicações com a
fé cristã foi bastante difícil até há poucos anos, pois o que se podia ler era
marcado por preconceito ou prejuízo filosófico: autores de artigos e livros, ou
eram antimaçons declarados, que nunca haviam pertencido à organização maçônica,
mas tinham sua posição firmada, com base no que percebiam no crer e proceder
maçônicos; ou autores maçônicos, apaixonados maçons, que defendiam
ardorosamente a excelência da filosofia e da práxis de sua organização.
Só
recentemente tem aparecido literatura mais confiável e produzida com rigor
científico e fidelidade histórica. Obras escritas por maçons, por ex-maçons e
por “experts” que se têm aprofundado no estudo dessa organização.
Quero de
logo esclarecer que não sou um “expert” em Maçonaria, não sou maçom, nunca fui
convidado a pertencer à Maçonaria, (e até desconfio por que), mas sem paixão
tenho procurado conhecer virtudes e fraquezas dessa organização, e venho
oferecer, portanto, o que penso, preferindo para minha contribuição o titulo de
A MAÇONARIA E EU.
Esta
palestra cuida de minha atitude em relação à Maçonaria, em dois momentos de
minha vida: na juventude e nos anos de minha maturidade. Por isso, o título que
escolhi para este trabalho despretensioso foi “A Maçonaria e Eu”.
A MAÇONARIA PARECEU-ME, EM MINHA
JUVENTUDE, UMA ORGANIZAÇÃO SÉRIA E ÚTIL
Por que?
·
Por sua
posição na defesa da liberdade religiosa.
·
Por sua
contribuição na elaboração constitucional do Brasil.
·
Por sua
acolhida, ou a de seus membros, aos primeiros batistas, em nossa terra.
·
Pela
solidariedade que cultiva em relação aos seus membros.
·
Pelas
exigências de natureza ética que faz (ou que costumava fazer) para os desejosos
de nela ingressarem.
·
Pela
seriedade de alguns de seus ilustres membros, que laboraram como pastores,
missionários e líderes “leigos” em nossas igrejas.
·
Por sua
postura de co-beligerantes dos evangélicos, contra as pretensões de dominação
da Igreja Católica.
A MAÇONARIA COMO A VEJO NOS ÚLTIMOS 30
ANOS DE MINHA VIDA CRISTÃ E MINISTERIAL
Leituras
em obras da Maçonaria e sobre ela, observação e reflexão fazem-me adotar a
seguinte postura, em relação à Maçonaria, hoje.
Considero
a Maçonaria como uma entidade séria, a apresentar uma considerável folha de
serviços à humanidade e ao Brasil, mas que, do ponto de vista filosófico,
teológico e bíblico, não pode merecer minha lealdade e - é minha opinião - não
deve merecer a lealdade de um verdadeiro cristão evangélico.
Pelas
razões a seguir.
·
A Maçonaria,
embora não pretenda, constitui por seus ritos e sua doutrina, uma religião
sincrética e desmerecedora de verdades básicas e inegociáveis da fé crista.
·
A
Maçonaria reivindica de seus membros lealdade e dedicação incompatíveis com o
compromisso exclusivo que a Igreja de Jesus Cristo deve merecer de mim, e dos
verdadeiros cristãos.
·
A
Maçonaria ensina, por exemplo, a possibilidade de alguém entrar no Céu (na
“Loja Celestial”, segundo sua linguagem), pela excelência de suas obras, quando
a Bíblia afirma que ninguém será salvo pelas obras, pois a salvação só é
possível por meio de Jesus Cristo. (Ef 2.8-10)
·
Como
sociedade secreta, a Maçonaria contraria um elemento básico do Cristianismo que
é a revelação da verdade, em sua plenitude, pois só a verdade liberta. “E
conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”, disse Jesus. (Jo 8.32)
·
A
Maçonaria faz-se uma religião, na medida em que adota ritos, símbolos, dogmas,
mistérios, emprestados muitos deles do judaísmo e do paganismo, como se fora
uma soma das religiões, o sumo das religiões da terra, identificando com o Deus
verdadeiro divindades pagãs como Brahma, Buda, Alá, Zumbi e outros seres.
Sabemos que o Deus revelado na Bíblia não suporta ser servido com outros
deuses. (Dt 6.15)
·
A
Maçonaria denomina Deus de grande Arquiteto, não de Criador ex-nihilo,
como no-lo apresentam as Escrituras Sagradas. (Gn 1.1)
A
Maçonaria pretende saber e ensinar o que não se conta nos Evangelhos: por
exemplo, a presença de Jesus, entre os 13 e 30 anos, no Tibet. Afirmam que
Jesus, saindo do convívio com os “veneráveis monges”, passou a ensinar o que
aprendera com eles...
Não é o
que dizem os Evangelhos. É, portanto, intolerável esse ensino, ou essa
pretensão, para quem na Bíblia Sagrada tem sua única regra de fé e conduta.
POR QUE NÃO SOU MAÇOM
·
Não sou
maçom porque entendo que em Jesus Cristo e Sua Igreja tenho tudo de que preciso
como pessoa: uma doutrina sólida, uma família solidária e razão para viver e
servir.
·
Não sou
maçom porque minha lealdade a Jesus Cristo e sua igreja é indivisível,
exclusiva e inegociável.
·
Não sou
maçom porque entendo serem incompatíveis com os ensinos da Bíblia e da teologia
cristã, ritos, símbolos, atos iniciáticos e compromissos da Maçonaria.
·
Não sou
maçom porque sou livre para falar e viver toda a verdade sobre que minha fé
assenta, para vivenciar todo amor que a Palavra de Deus e o exemplo de Jesus
Cristo me inspiram, e para servir, firme na esperança da volta gloriosa de
Jesus, ou de minha entrada em Sua presença, não por causa das boas obras que
haja praticado - pois são decorrência da salvação - , mas pelos méritos de
Jesus Cristo, no Calvário.
·
Não sou
maçom porque creio que nenhuma filosofia, nenhuma teosofia, nenhuma invenção do
engenho humano podem substituir ou suplantar a riqueza das Sagradas Escrituras,
a simplicidade e beleza do Evangelho da Graça de Deus e a beleza da Igreja,
como a mais gloriosa entidade, Noiva de Jesus Cristo, vivência da Humanidade
deutero-adâmica.
·
Não sou
maçom. Mas amo os maçons e desejo para eles a verdadeira fé em Jesus Cristo e a
salvação que só Jesus pode dar.
·
Não sou
maçom. E pelas razões que exponho, ao abrir-se minh’alma, desencorajo os
crentes a se tornarem maçons e apelo aos irmãos que se tornaram maçons, a
repensarem sua posição e a abandonarem a Maçonaria, pois Jesus Cristo requer e
merece nossa inteira lealdade.
·
Respeitarei
a decisão dos que resolverem manter-se na Maçonaria, estimulando-os, no
entanto, a refletirem sobre o que lhes digo nesta palestra e sobre obras
importantes que têm sido produzidas, por fiéis homens de Deus, sobre o mesmo
tema.
CONCLUSÃO
Esta é
minha contribuição ao debate sobre o tema O Crente e a Maçonaria,
esperando que tenha ajudado cada crente a pensar e a decidir sobre a questão.
Se
conseguir incentivar à inteira lealdade a Jesus Cristo e à Sua Igreja todos os
pastores e membros de nossas igrejas, dar-me-ei por feliz e compensado.
Louvado seja o Senhor Jesus Cristo!
Extraído do site: www.opbb.org.br
Ordem dos Pastores Batistas do Brasil