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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O Crente e a Maçonaria

Esse texto é o conteudo de uma palestra originalmente apresentada aos pastores da Convenção Batista Goiana, num de seus retiros anuais. Com o título A MAÇONARIA E EU do
Pr. Irland P. de Azevedo.


INTRODUÇÃO
Saber o que é a Maçonaria, a natureza mesma de seus ensinos e de suas implicações com a fé cristã foi bastante difícil até há poucos anos, pois o que se podia ler era marcado por preconceito ou prejuízo filosófico: autores de artigos e livros, ou eram antimaçons declarados, que nunca haviam pertencido à organização maçônica, mas tinham sua posição firmada, com base no que percebiam no crer e proceder maçônicos; ou autores maçônicos, apaixonados maçons, que defendiam ardorosamente a excelência da filosofia e da práxis de sua organização.
Só recentemente tem aparecido literatura mais confiável e produzida com rigor científico e fidelidade histórica. Obras escritas por maçons, por ex-maçons e por “experts” que se têm aprofundado no estudo dessa organização.
Quero de logo esclarecer que não sou um “expert” em Maçonaria, não sou maçom, nunca fui convidado a pertencer à Maçonaria, (e até desconfio por que), mas sem paixão tenho procurado conhecer virtudes e fraquezas dessa organização, e venho oferecer, portanto, o que penso, preferindo para minha contribuição o titulo de A MAÇONARIA E EU.
Esta palestra cuida de minha atitude em relação à Maçonaria, em dois momentos de minha vida: na juventude e nos anos de minha maturidade. Por isso, o título que escolhi para este trabalho despretensioso foi “A Maçonaria e Eu”.

A MAÇONARIA PARECEU-ME, EM MINHA JUVENTUDE, UMA ORGANIZAÇÃO SÉRIA E ÚTIL
Por que?
·         Por sua posição na defesa da liberdade religiosa.
·         Por sua contribuição na elaboração constitucional do Brasil.
·         Por sua acolhida, ou a de seus membros, aos primeiros batistas, em nossa terra.
·         Pela solidariedade que cultiva em relação aos seus membros.
·         Pelas exigências de natureza ética que faz (ou que costumava fazer) para os desejosos de nela ingressarem.
·         Pela seriedade de alguns de seus ilustres membros, que laboraram como pastores, missionários e líderes “leigos” em nossas igrejas.
·         Por sua postura de co-beligerantes dos evangélicos, contra as pretensões de dominação da Igreja Católica.

A MAÇONARIA COMO A VEJO NOS ÚLTIMOS 30 ANOS DE MINHA VIDA CRISTÃ E MINISTERIAL
Leituras em obras da Maçonaria e sobre ela, observação e reflexão fazem-me adotar a seguinte postura, em relação à Maçonaria, hoje.
Considero a Maçonaria como uma entidade séria, a apresentar uma considerável folha de serviços à humanidade e ao Brasil, mas que, do ponto de vista filosófico, teológico e bíblico, não pode merecer minha lealdade e - é minha opinião - não deve merecer a lealdade de um verdadeiro cristão evangélico.
Pelas razões a seguir.
·         A Maçonaria, embora não pretenda, constitui por seus ritos e sua doutrina, uma religião sincrética e desmerecedora de verdades básicas e inegociáveis da fé crista.
·         A Maçonaria reivindica de seus membros lealdade e dedicação incompatíveis com o compromisso exclusivo que a Igreja de Jesus Cristo deve merecer de mim, e dos verdadeiros cristãos.
·         A Maçonaria ensina, por exemplo, a possibilidade de alguém entrar no Céu (na “Loja Celestial”, segundo sua linguagem), pela excelência de suas obras, quando a Bíblia afirma que ninguém será salvo pelas obras, pois a salvação só é possível por meio de Jesus Cristo. (Ef 2.8-10)
·         Como sociedade secreta, a Maçonaria contraria um elemento básico do Cristianismo que é a revelação da verdade, em sua plenitude, pois só a verdade liberta. “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”, disse Jesus. (Jo 8.32)
·         A Maçonaria faz-se uma religião, na medida em que adota ritos, símbolos, dogmas, mistérios, emprestados muitos deles do judaísmo e do paganismo, como se fora uma soma das religiões, o sumo das religiões da terra, identificando com o Deus verdadeiro divindades pagãs como Brahma, Buda, Alá, Zumbi e outros seres. Sabemos que o Deus revelado na Bíblia não suporta ser servido com outros deuses. (Dt 6.15)
·         A Maçonaria denomina Deus de grande Arquiteto, não de Criador ex-nihilo, como no-lo apresentam as Escrituras Sagradas. (Gn 1.1)
A Maçonaria pretende saber e ensinar o que não se conta nos Evangelhos: por exemplo, a presença de Jesus, entre os 13 e 30 anos, no Tibet. Afirmam que Jesus, saindo do convívio com os “veneráveis monges”, passou a ensinar o que aprendera com eles...
Não é o que dizem os Evangelhos. É, portanto, intolerável esse ensino, ou essa pretensão, para quem na Bíblia Sagrada tem sua única regra de fé e conduta.
POR QUE NÃO SOU MAÇOM
·         Não sou maçom porque entendo que em Jesus Cristo e Sua Igreja tenho tudo de que preciso como pessoa: uma doutrina sólida, uma família solidária e razão para viver e servir.
·         Não sou maçom porque minha lealdade a Jesus Cristo e sua igreja é indivisível, exclusiva e inegociável.
·         Não sou maçom porque entendo serem incompatíveis com os ensinos da Bíblia e da teologia cristã, ritos, símbolos, atos iniciáticos e compromissos da Maçonaria.
·         Não sou maçom porque sou livre para falar e viver toda a verdade sobre que minha fé assenta, para vivenciar todo amor que a Palavra de Deus e o exemplo de Jesus Cristo me inspiram, e para servir, firme na esperança da volta gloriosa de Jesus, ou de minha entrada em Sua presença, não por causa das boas obras que haja praticado - pois são decorrência da salvação - , mas pelos méritos de Jesus Cristo, no Calvário.
·         Não sou maçom porque creio que nenhuma filosofia, nenhuma teosofia, nenhuma invenção do engenho humano podem substituir ou suplantar a riqueza das Sagradas Escrituras, a simplicidade e beleza do Evangelho da Graça de Deus e a beleza da Igreja, como a mais gloriosa entidade, Noiva de Jesus Cristo, vivência da Humanidade deutero-adâmica.
·         Não sou maçom. Mas amo os maçons e desejo para eles a verdadeira fé em Jesus Cristo e a salvação que só Jesus pode dar.
·         Não sou maçom. E pelas razões que exponho, ao abrir-se minh’alma, desencorajo os crentes a se tornarem maçons e apelo aos irmãos que se tornaram maçons, a repensarem sua posição e a abandonarem a Maçonaria, pois Jesus Cristo requer e merece nossa inteira lealdade.
·         Respeitarei a decisão dos que resolverem manter-se na Maçonaria, estimulando-os, no entanto, a refletirem sobre o que lhes digo nesta palestra e sobre obras importantes que têm sido produzidas, por fiéis homens de Deus, sobre o mesmo tema.
CONCLUSÃO
Esta é minha contribuição ao debate sobre o tema O Crente e a Maçonaria, esperando que tenha ajudado cada crente a pensar e a decidir sobre a questão.
Se conseguir incentivar à inteira lealdade a Jesus Cristo e à Sua Igreja todos os pastores e membros de nossas igrejas, dar-me-ei por feliz e compensado.
Louvado seja o Senhor Jesus Cristo!
Extraído do site: www.opbb.org.br
Ordem dos Pastores Batistas do Brasil
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